quinta-feira, 7 de maio de 2020

GANÂNCIA E EXPLORAÇÃO: A REALIDADE DOS ENTREGADORES

Ontem, numa rápida ida ao mercado, presenciei a colisão de uma bicicleta conduzida por um entregador com um carro. O ciclista bateu forte na traseira do veículo. O motorista desceu nervoso e chamou a atenção do rapaz e, por fim, decidiu assumir o prejuízo e seguir viagem. O entregador machucou a mão e sangrava no joelho, parecendo atordoado. Tentamos ajudá-lo, minha esposa, eu e uma senhora, mas o jovem não quis ir pro hospital. Confirmando o que se notava em seu rosto, disse: "Não vi o carro, estou muito cansado!"
Ora, ora, por que não dá para se espantar!?
A matéria fala de pesquisa da Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista, que ouviu 252 entregadores de 26 cidades, em quatro Estados, entre os dias 13 e 20 de abril, por questionário online. O título resume o conteúdo da matéria, mas aqui alguns rápidos detalhes: antes da pandemia, 48,7% dos entregadores recebiam, no máximo, R$520,00 semanais, mas durante a pandemia o percentual desses passou para 72,8%. Segundo a pesquisa, 89,7% dos entregadores tiveram redução salarial durante a pandemia, embora o grande salto dado pelos serviços de Delivery desde o início da quarentena.
Tem mais: 62,3% desses trabalhadores revelaram não ter recebido nenhum apoio das empresas para evitar contaminação com o Covid-19 durante as entregas. Consciência zero!
Torço para que essas, e todas as empresas do país, aprendam a dar valor, de fato, aos seus profissionais, mas como isso, na maioria dos casos, não se dá por combustão espontânea, vale o uso da Lei e, quem sabe, uma ação coletiva no lombo desses caras! Deplorável!

Um comentário:

  1. É Flávio, hoje não temos mais trabalhadores,e sim,escravos. Os nossos patrões são muito ganancioso s. Muito triste o que está acontecendo.

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